quinta-feira, 17 de janeiro de 2013


Acabo de chegar a Manaus, capital do Estado do Amazonas, depois de uma passagem pelo aeroporto de Brasília, capital do país.
"Aos passageiros do voo trinta meia meia se avisa que o voo já não sai da porta 9, mas da porta K, para onde se devem dirigir". Dou-me conta de que cheguei ao Brasil, terra de contrastes, onde tudo parece igual a Portugal, a começar pela língua, mas ao mesmo tempo onde tudo parece diferente, a começar pelo tamanho do país e a terminar pelas subtilidades da língua! Vou ter muito que aprender. Mas, como poderia eu de imediato dar-me conta que o "voo 30 meia meia" é o meu, ou seja, o 3066? Desconfio, porque o destino Manaus desapareceu da porta de embarque e foi substituído pelo voo trinta meia zero oito, ou seja, o 3608, com destino a Florianopolis.
Mudanças em cima da hora é verdade que no aeroporto de Lisboa também costumam acontecer, embora aqui pareçam acontecer mais frequentemente. Os "penetras" aproveitam para furar o esquema e passar à frente de quem não deviam. Vêem-se alguns murmuros, mas ninguém ousa levantar a voz e denunciar o abuso! Outra diferença talvez, que não sei se é positiva ou negativa, mas que me diz que não basta ser-se lusófono para se ter a mesma cultura nas relações sociais. Decerto o positivo da balança aqui pende para o povo brasileiro. Mas eu limito-me a registar e a pensar que, por mais sociologia que a gente estude, nunca devemos pensar que já conhecemos a alma de um povo. Esta não se encontra nos livros, mas na partilha da vida e de situações como esta, no dia a dia.
Já antes do check-in, quando foi preciso levantar as malas, passar com elas pela alfândega e depois subir ao patamar superior para fazer o check-in para Manaus, deparei-me com uma cena pouco comum em aeroportos, sobretudo desta importância: uma longa fila de troleys carregados de malas à espera de utilizar os ascensores. Tudo porque, apesar de haver escadas rolantes, estas não eram suficientemente largas para os carros caberem. Foram uns bons 15 minutos de espera, até chegar a minha vez. O passageiro da minha frente não se cansava de repetir, em bom espanhol, que isso não seria possível na Espanha, pois lá as escadas rolantes tem capacidade para os troleys e, assim, ninguém tem de fazer fila! A esposa, por sinal brasileira, apenas tinha como argumento, em defesa da sua mãe-pátria e do orgulho brasileiro: - pois, mas tu aqui não estás em Espanha!
De resto, tudo correu mais ou menos normal, a não ser que o avião saiu com meia hora de atraso. Nada que não aconteça noutros aeroportos de outros países.
E assim cheguei eu a Manaus, a cidade capital de uma Amazónia que, com esta, apenas tem de comum a floresta. Mas, no caso, não uma floresta de árvores, mas sim de gente, de asfalto e de betão. E aqui está um outro contraste neste país de contrastes. Com uma superfície 17 vezes maior do que Portugal, o Estado do Amazonas tem apenas um terço da população portuguesa, ou seja, 3 milhões e meio de habitantes, dos quais mais de metade na capital, a cidade de Manaus. Nesta, com a sua floresta crescente de arranha-céus de betão e os seus bairros degradados com ruas de asfalto esburacado, aqui e ali, nada faz lembrar a Amazónia pujante de verdura e de mistério, a não ser o rio Amazonas que lhe banha as margens, tão poderoso como misterioso e caprichoso.
Contrastantes são também os imponentes e caudalosos rios Negro e Solimões que, correndo lado a lado, no mesmo leito, resistem à mistura das suas águas e das suas cores por dezenas de quilómetros, antes de aceitar, finalmente, fundir-se para dar lugar ao vasto Amazonas.
Enfim, muito para descobrir e muito para aprender neste planeta onde o génesis ainda está acontecendo, teimando em recriar aquilo que o homem, com a sua ação gananciosa e descontrolada, não se cansa de destruir, ou seja, um equilíbrio ecológico que é essencial à própria sobrevivência do ser humano, como das outras espécies.
Enfim... muito a fazer também no domínio da luta pela integridade da criação. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O território da prelazia do Téfé é de 264.675 km², organizado em 14 paróquias. Abrange os municípios de Alvarães, Carauari, Fonte Boa, Itamarati, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé e Uarini.
Localiza-se no centro-oeste do estado do Amazonas. Faz limite com a Colômbia, com as dioceses de Alto Solimões, Cruzeiro do Sul e São Gabriel da Cachoeira e com as prelazias de Coari e Lábrea.
Em 2004, a prelazia contava com uma população aproximada de 215.521 habitantes, com 75% de católicos. Em 2007 a população era de 243.494 habitantes.
A Prefeitura Apostólica de Tefé foi erigida a 23 de maio de 1910, pelo Papa Pio X. Em 11 de agosto de 1950, pela bula Quum Deo adjuvante do papa Pio XII, foi elevada a prelazia e confiada pela Santa Sé aos cuidados da Congregação do Espírito Santo. (fonte: Wikipedia)
O actual Bispo do Téfé é D. Sérgio Castriani, mas acaba de ser nomeado pelo Papa Bento XVI Arcebispo de Manaus, a capital do Amazonas, não se sabendo ainda quem será o seu sucessor.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Sou um missionário português da Congregação do Espírito Santo e estou preparando a minha partida para o coração da Amazónia, como missionário da Igreja Católica, na Prelazia do Téfé. Uma missão ao serviço dos mais pobres e dos mais carentes. Uma missão de paz, de justiça e integridade da criação.
P. Firmino Cachada, CSSp